terça-feira, 25 de março de 2014

Matar dingos tem efeitos colaterais

Um estudo recentemente publicado na nature (março de 2014) apresentou dados e peculiaridades sobre o controle de um predador de topo na Austrália, o Canis lupus dingo (Foto abaixo). Os esforços empregados no controle populacional dos dingos pode ter gerado efeitos ecológicos involuntários, como o decréscimo da vegetação e a diminuição de populações de pequenos mamíferos. Entenda melhor essa história acompanhando a síntese que fiz do artigo.

Foto: Dingo australiano, Canis lupus dingo, uma subespécie do lobo selvagem Canis lupus. A espécie encontra-se atualmente em estado de conservação vulnerável à extinção devido a redução por atividade antrópica de habitats disponíveis.
No sudeste da Austrália, funcionários do governo vem causando o envenenamento dos dingos para reduzir o impacto do predador na atividade de pecuária. Mike Letnic da Universidade de Nova Gales do Sul em Sidney e sua equipe compararam sete sítios em florestas de Eucalipto do sudeste da Austrália, nos quais os dingos são controlados, com o mesmo número de locais ecologicamente similares, onde os animais são deixados sozinhos, ou seja, onde não há o controle populacional.

Áreas onde os dingos são mortos apresentavam populações maiores de suas presas, como os cangurus, mas continham também menos vegetação rasteira e menos pequenos mamíferos. 

À medida que as populações de presas crescem em áreas com controle dos dingos, esses animais consomem mais vegetação, reduzindo a cobertura em que seus pequenos mamíferos podem se esconder de seus predadores.


Fonte: Nature, 03/2014.


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