No dia 27 de abril é comemorado o Dia Mundial da Anta (www.tapirday.org). A data foi criada para aumentar a conscientização do público em geral sobre a causa da conservação das quatro espécies de antas que habitam a América Central, América do Sul e Sudeste da Ásia.
Apesar de seu tamanho e importância ecológica, as antas continuam sendo animais pouco conhecidos pela sociedade e sofrem com o preconceito e estereótipo errôneo de “animal de pouca inteligência”. Além disso, são freqüentemente confundidas com outras espécies de animais, o que mostra claramente a necessidade de disseminar informações sobre suas características ecológicas e importância para a manutenção de nossa biodiversidade.
As quatro espécies de anta estão em declínio. A anta da montanha, que vive nos páramos da cordilheira dos Andes na Colômbia, Equador e Peru, caminha para a extinção; a anta centro-americana, o maior mamífero terrestre das Américas, enfrenta sérias ameaças em suas áreas de ocorrência na América Central. Já na Ásia, a anta malaia enfrenta ameaças graves na Indonésia e outros países devido à destruição do hábitat para plantios comerciais de óleo de palmeira. No Brasil, onde vive a Anta Brasileira, a espécie sofre diversas ameaças, em especial a destruição e a fragmentação de seus hábitats (Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal), a caça e os atropelamentos em rodovias.
Para enfrentar as ameaças à sobrevivência da anta no Brasil, algumas ações vêm sendo realizadas. Destaca-se a Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira, trabalho do Ipê, coordenado pela pesquisadora Patrícia Medici.
De 1996 a 2007, o Ipê desenvolveu um programa de pesquisa e conservação da Anta Brasileira na Mata Atlântica da Região do Pontal do Paranapanema, São Paulo. Este programa gerou um enorme banco de dados de informações sobre a espécie. Em 2008, a equipe considerou ter chegado o momento de usar essa experiência para expandir suas iniciativas de pesquisa e conservação da espécie para outros biomas brasileiros e foi estabelecida a Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira. A primeira “parada” foi o Pantanal, onde as ameaças e problemáticas de conservação para a espécie são bastante diversas e onde nunca havia sido realizado um estudo de longo-prazo sobre a Anta Brasileira. Assim, a meta primordial do Programa Anta Pantanal é obter dados de demografia, genética e saúde das antas, bem como informações de uso de hábitat e do mosaico de fragmentos naturais característicos de muitas regiões do Pantanal, visando estabelecer um programa de pesquisa e conservação de longo-prazo e subsidiar a formulação de recomendações para a conservação da espécie na região. Depois do Pantanal, a Iniciativa visa expandir suas ações para os biomas Amazônia e Cerrado.
Sobre as antas
Sobre as antas
Como grandes herbívoros, as antas são invariavelmente as primeiras espécies afetadas pela invasão humana em seu habitat. Antas habitam sobretudo florestas, de preferência ripárias, savanas abertas e áreas inundáveis. Elas formam uma parte importante do ecossistema onde habitam atuando como dispersoras de sementes, e formam um dos mais antigos gêneros sobreviventes no reino animal.
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